O Encontro de Amor no Rio
O sol dourado começava a se pôr no horizonte quando Elias seguiu pelo estreito caminho de terra que levava ao rio. Era sua rotina favorita depois de um longo dia de trabalho: sentar-se à beira da água, sentir a brisa fresca e ouvir o suave murmúrio da correnteza. Mas, naquela tarde, algo diferente estava prestes a acontecer.
Enquanto caminhava, ele avistou uma figura feminina sentada sobre uma pedra, com os pés mergulhados na água cristalina. Seus cabelos escuros dançavam ao vento, e sua postura refletia serenidade. Elias hesitou por um instante, mas a curiosidade o impulsionou a se aproximar.
— Boa tarde — disse ele, com um sorriso tímido.
A jovem ergueu o olhar e sorriu de volta. Seus olhos brilhavam como a superfície do rio ao pôr do sol.
— Boa tarde — respondeu ela. — Você também gosta desse lugar?
Elias sentiu que aquela simples pergunta carregava um significado especial. Sentou-se a uma distância respeitosa e assentiu.
— Venho aqui quase todos os dias. É meu refúgio.
Ela sorriu de lado e olhou para a correnteza.
— Eu costumava vir sempre, mas há tempos não passava por aqui. Hoje senti vontade de revisitar este lugar... e acho que foi uma ótima decisão.
Houve um momento de silêncio confortável entre eles. Apenas o som da natureza preenchia o espaço, como uma canção composta pelo vento, pela água e pelo crepúsculo.
— Meu nome é Elias — ele disse, quebrando o silêncio.
— E o meu é Mariana — respondeu ela.
Conversaram sobre suas vidas, seus sonhos e suas lembranças de infância. Descobriram que haviam crescido na mesma vila, mas nunca haviam se encontrado antes. Mariana contou que estava visitando a casa dos pais depois de anos morando na cidade grande. Elias, por sua vez, revelou que nunca havia deixado o vilarejo, pois sentia que seu coração pertencia àquele lugar.
O tempo parecia ter parado. O céu, antes alaranjado, agora exibia tons de violeta e azul profundo. As estrelas começavam a piscar timidamente quando Mariana se levantou.
— Acho que está na hora de eu ir.
Elias também se levantou, sentindo uma leve inquietação no peito.
— Você voltará amanhã? — perguntou ele, esperançoso.
Mariana sorriu, um sorriso cheio de mistério e promessa.
— Talvez...
E então, com um último olhar para o rio, ela se afastou, deixando Elias com o coração acelerado e a mente repleta de possibilidades.
Naquela noite, ele soube que algo havia mudado. O rio, que sempre fora seu refúgio solitário, agora era o cenário de um novo começo.
E no dia seguinte, ao pôr do sol, ele voltou. E Mariana estava lá.
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