A Contribuição de 10 Meticais para o Governo do Povo
Em um bairro movimentado de Maputo, vivia o senhor Elias, um vendedor ambulante de frutas. Todos os dias, ele acordava cedo, organizava suas laranjas e bananas em um carrinho de madeira e saía para trabalhar. Seu rendimento era modesto, mas suficiente para alimentar sua família.
Certo dia, enquanto Elias contava suas vendas, um jovem chamado Júlio se aproximou e perguntou:
— Tio Elias, já ouviu falar da nova contribuição de 10 meticais para o governo?
O velho vendedor olhou para Júlio com curiosidade.
— O que queres dizer, meu filho?
— Todos os cidadãos devem contribuir com 10 meticais para ajudar no desenvolvimento do país — explicou Júlio. — Dizem que será usado para melhorar estradas, escolas e hospitais.
Elias ficou pensativo. Dez meticais não pareciam muito, mas para ele, que contava cada moeda, era uma quantia que fazia diferença.
Naquela noite, ao jantar com sua esposa, comentou sobre a contribuição.
— Achas que isso realmente vai mudar algo? — perguntou ele.
— Se todos contribuírem, talvez sim — respondeu a esposa. — Mas a pergunta é: será que o dinheiro será bem usado?
Nos dias seguintes, Elias começou a observar mais a sua comunidade. Viu crianças estudando em salas de aula sem cadeiras, estradas esburacadas e um hospital com filas intermináveis. Então, refletiu: se 10 meticais de cada pessoa fossem bem aplicados, nossa realidade poderia ser diferente.
Com essa ideia na cabeça, decidiu pagar sua contribuição, mas com um pensamento crítico. Sabia que o dinheiro só traria mudanças se fosse bem administrado. E, mais importante, percebeu que o verdadeiro "governo do povo" não era apenas quem estava no poder, mas cada cidadão que participava, cobrava e exigia melhorias.
A partir desse dia, Elias não apenas contribuiu com seus 10 meticais, mas também começou a questionar e acompanhar como o dinheiro público era utilizado. Ele entendeu que, sozinho, seu dinheiro era pouco, mas se todos se unissem e exigissem transparência, o impacto poderia ser enorme.
Afinal, o verdadeiro poder do povo não está apenas em contribuir, mas em garantir que sua contribuição seja usada para o bem de todos.
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