O Choro dos Sem Voz– O povo pobre na riqueza
A cidade despertava com o barulho dos motores, dos passos apressados e dos vendedores ambulantes gritando suas ofertas. Mas, em meio ao ritmo frenético, havia um som que poucos ouviam: o choro dos esquecidos, dos ignorados, dos que não tinham voz.
Maria, uma mãe solitária, sentava-se no passeio com seu filho nos braços. O pequeno, de olhar perdido, não entendia por que tinham sido despejados da casa onde viviam. Ela tentava consolá-lo, mas como explicar que o mundo não tinha espaço para os pobres?
Ao lado, um velho alfaiate, outrora respeitado, fitava o chão. Suas mãos, antes firmes ao segurar a agulha, agora tremiam de fome. Perto dele, jovens sem futuro tentavam vender pequenos itens, enquanto os carros de luxo passavam sem sequer olhar.
E então veio a chuva. Fria, impiedosa, lavando as ruas, mas não as dores. Maria abraçou seu filho, o alfaiate se encolheu, e os jovens correram para debaixo de uma marquise. Mas ninguém se importava. Nenhum jornal falaria deles. Nenhuma autoridade olharia por eles.
Era esse o choro dos sem voz. Um lamento silencioso que ecoava nas esquinas, nos becos, nos olhares vazios de quem já não esperava nada do amanhã.
Mas e se, um dia, alguém decidisse escutar?
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