O Criminoso Inocente— Baseado em factos reais.
Lucas sempre foi um homem honesto. Trabalhava como mecânico numa pequena oficina no centro da cidade, sustentando sua esposa e seu filho de cinco anos com muito esforço. Nunca teve problemas com a polícia, nunca se envolveu em encrencas. Mas, numa noite chuvosa, tudo mudou.
Era quase meia-noite quando Lucas fechou a oficina. Caminhava para casa quando ouviu um grito vindo do beco ao lado. Seu instinto foi ajudar. Ao se aproximar, viu um homem caído no chão, sangrando. Sobre ele, uma faca. E, mais à frente, uma sombra fugindo rapidamente.
Sem pensar, Lucas se ajoelhou para socorrer o homem. Tocou em seu peito, tentando encontrar sinais de vida. Mas, naquele exato momento, uma sirene cortou o silêncio da noite.
— Mãos ao alto! — gritou um policial, apontando a arma para ele.
Lucas congelou. Tentou explicar, mas sua mão estava suja de sangue. A faca estava ali, ao seu lado. Tudo parecia indicar que ele era o culpado.
Preso e sem testemunhas a seu favor, Lucas enfrentou um julgamento injusto. A vítima, um empresário influente, não resistiu. A pressão pública exigia justiça rápida. Seu advogado, um defensor público sobrecarregado, pouco pôde fazer.
Foi condenado a 15 anos de prisão.
Atrás das grades, Lucas viu sua vida desmoronar. Sua esposa, sem condições de sustentá-lo, precisou se mudar com o filho. Amigos se afastaram. O sistema, impiedoso, o transformou em mais um número.
Mas a verdade sempre encontra um jeito de aparecer.
Cinco anos depois, um novo promotor assumiu o caso. Investigando antigos processos, encontrou falhas na acusação. Um detetive aposentado, que nunca aceitou aquela condenação, descobriu uma pista esquecida: imagens de segurança mostravam um outro homem correndo do local naquela noite fatídica.
O verdadeiro assassino foi encontrado. Um ex-funcionário da vítima, que agiu por vingança.
Lucas foi libertado, mas já não era o mesmo. Sua família estava desfeita, sua vida arruinada. O mundo o via como um criminoso, mesmo sendo inocente.
O pior crime não foi o que ele nunca cometeu. Foi ter sido condenado por um sistema que preferiu a pressa à verdade.
Agora, livre, ele tinha uma nova missão: provar que a justiça nem sempre é justa.
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